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Agronotícias

Custos para produzir leite crescem 62% em dois anos

Os custos do produtor de leite aumentaram 62% entre janeiro de 2020 e abril deste ano, gerando uma elevação de 43% no preço final ao consumidor. As informações são do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. A principal consequência desse cenário é a menor oferta do leite para o mercado e para produção de derivados.

No primeiro trimestre, a indústria fabricante de laticínios comprou 10,5% menos leite em comparação com o mesmo período de 2021, registrando a quarta queda trimestral consecutiva do setor e a maior, desde o início da série histórica, em 1997. Esse volume de leite comprado foi equivalente aos números de cinco anos atrás.

Além do período de entressafra que começa em abril, a oferta de leite já vinha fraca desde o ano passado e ainda diminuiu em 2022.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, Glauco Carvalho, são vários os fatores que aumentaram os custos da produção, como a quebra da safra de grãos, principalmente de milho. Entre os insumos que mais subiram o preço estão os fertilizantes e os combustíveis, afetados pela guerra Rússia-Ucrânia e pelo frete marítimo.

Para os pesquisadores e analistas do Centro de Inteligência do Leite, a crise econômica que reduziu o poder de compra da população está evitando novos aumentos. A tendência para o segundo semestre é que, com o período de chuvas, os preços tenham mais chances de se estabilizarem.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano; e a presença da produção alcança 98% dos municípios. Principalmente em pequenas e médias propriedades, que empregam cerca de 4 milhões de pessoas.


Agência Brasil

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