Por Antônio Pitangui de Salvo, engenheiro agrônomo e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais .
O investimento em conhecimento e modernização no campo, ao longo dos anos, transformou o agronegócio do Brasil em um dos grandes propulsores do desenvolvimento nacional. Além do impacto local, a nossa agropecuária conquistou protagonismo frente ao mercado internacional, consolidando o país como um dos principais produtores e exportadores de alimentos do mundo.
Somos responsáveis pela segurança alimentar de quase 1 bilhão de pessoas, com produtos que saem do campo, como arroz, feijão, carne, batata, leite e café, tradicionais componentes da cesta básica, e outros tantos especiais, como o Queijo Minas Artesanal, reconhecido e premiado dentro e fora do país.
Toda uma riqueza natural brota do solo, graças à evolução tecnológica, capacitação e melhoria na gestão das propriedades. Em Minas Gerais, por exemplo, estado com a maior diversificação da produção agrícola do país, ocupamos o 1º lugar na produção de itens como o café, leite, batata e alho.E o agro representa 22,2% do PIB total do estado. O que proponho ao apresentar todos esses dados?
Uma reflexão sobre o tamanho do setor, relevância que precisa ser disseminada por todos aqueles que contribuem, de alguma forma, para alavancar esses resultados. Sabemos que são muitos os desafios que enfrentamos todos os dias, mas os produtores e produtoras rurais precisam lembrar de sua importância e propagar essa força.
Nós seguimos adiante mesmo com tantos gargalos, como o fornecimento ineficiente de energia elétrica no campo, que provoca danos em equipamentos, perda de produção e prejuízos aos consumidores rurais. A precariedade das estradas federais e estaduais que cortam o estado dificultando o escoamento das mercadorias, mas nós vamos continuar com o nosso trabalho de levar alimento para todo o país. Temos ainda péssimas condições de conexão à internet na zona rural, além das intempéries climáticas e oscilações de mercado, que não conseguimos prever ou controlar.
Sabemos de tudo isso, mas, em vez de lamentar, vamos fazer o que fazemos de melhor: continuar firmes, trabalhando com afinco, provando, por mais de uma vez, que o agro não para. As lamúrias não condizem com o cenário que temos apresentado ao mundo. Somos muitos e somos fortes, mesmo os pequenos produtores – que representam 90% desse grupo em Minas Gerais.
A união, sim, é a solução para propor melhorias aos nossos governantes. Muita dedicação, pois disso entendemos bem. E uma comunicação eficiente, que dissemine, de forma coerente, qual é o nosso papel e a nossa responsabilidade.
O discurso e as ações do agro devem focar nas soluções. O Sistema Faemg Senar tem se posicionado nesse sentido. Trabalhamos para detectar os desafios do setor na prática, investimos para incentivar startups na implementação de soluções inovadoras para que sejamos ainda mais competitivos, eficientes e sustentáveis, firmamos parcerias com entidades que podem potencializar nossa vocação de gerar emprego e renda, promovemos relacionamento e um diálogo aberto com os nossos representantes dos governos Federal e Estadual, para que juntos possamos continuar fomentando o setor. Pretendemos continuar avançando, pois entendemos que esse é o caminho, e é também a mensagem que precisamos propagar.
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