O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo, sendo essa uma das principais atividades do agronegócio nacional, que é uma área muito importante na geração de emprego e de capital para o país.
Porém não basta somente produzir, pois o mais importante para a atividade leiteira é Produzir com Qualidade.
As cooperativas e indústrias de laticínios remuneram o produtor com base na qualidade do leite, considerando alguns critérios, como o teor de gordura, de proteína e a contagem de células somáticas (CCS) e bacteriana total (CBT).
Falando de Qualidade do Leite, Rene Pedro Marques, Médico Veterinário, Técnico em Qualidade de Leite da Rio Grande Nutrição e Saúde Animal, explica os programas como incentivos para que os produtores trabalhem, não só cumprindo os critérios básicos de higiene, nutrição e saúde, como também investindo nas boas práticas de produção, treinamentos dos funcionários, manejo sanitário do rebanho e outros fatores que contribuem para efetiva qualidade do leite.
"Para a indústria, a qualidade do leite utilizado está diretamente ligada à saúde do consumidor e à vida financeira do laticínio, uma vez que a composição do leite acaba por influenciar no rendimento da produção, no sabor e na textura dos produtos. A qualidade do leite depende de alguns fatores como a sanidade do rebanho, o manejo dos animais e dos equipamentos durante a ordenha, e ausência de microrganismos, resíduos de drogas e odores estranhos", explicou o técnico em qualidade de leite da Rio Grande Nutrição e Saúde Animal.
Rene reforça que para que um leite seja considerado de qualidade é preciso que este possua as seguintes características e propriedades:
· Agradável - com preservação de suas propriedades de sabor, cor, odor, viscosidade.
· Limpo - livre de sujeiras, microrganismos e resíduos de substâncias químicas.
· Fresco - composição correta e conservação adequada.
· Seguro - não causa problemas à saúde do consumidor.
"De modo geral, quando a qualidade do leite é avaliada existem características que devem ser observadas, sendo estas:
- físico-químicas - como sabor, odor e ausência de conservantes químicos ou resíduos de antibióticos - biológicas – baixa contagem de bactérias e de células somáticas e ausência de microrganismos patogênicos", ressaltou o veterinário.
Rene ainda diz o que o produtor precisa fazer para obter um leite com bons níveis de gordura:
"Conforme definido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da Instrução Normativa nº 76, o teor mínimo de gordura no leite é de 3%, mas os produtores buscam por níveis mais altos, por diversos motivos, dentre eles os Programas de Pagamento pela Qualidade, que bonificam ou penalizam o produtor. Bonificação esta, que pode chegar até 4 centavos por litro de leite ou penalização de até -2 centavos por litro de leite. Para um leite ter bons níveis de gordura, primeiramente o produtor deve se atentar a dieta que é oferecida para o seu rebanho. Qualidade da silagem, subprodutos, como caroço de algodão, polpa cítrica (subproduto da agroindústria citrícola), casca de soja, cevada, entre outros, e deve buscar por oferecer dietas com alimentos mais volumosos, ricos em carboidratos estruturais, obtendo um favorecimento na produção da fermentação ruminal. Entretanto, o produtor deve ficar atento ao oferecimento de algumas dietas que possuem uma grande quantidade de concentrado ou fibras que não sejam de tamanho efetivo, podendo causar nos animais, um distúrbio metabólico (acidose), e tal distúrbio pode afetar de forma negativo a formação da gordura do leite"disse Rene.
O técnico da Rio Grande Nutrição e Saúde Animal também estimula os produtores a buscarem informação com especialista:
"Além da alimentação, para se obter bons níveis de gordura, o produtor deve buscar por orientação de especialistas, pois outros fatores podem levar a queda da produção de gordura no leite, como manejo, as estações do ano, genética do animal e o ambiente em que este se encontra. Somente com empenho desses especialistas, após uma detalhada análise do rebanho, onde será levado em conta o DEL (dias em lactação), o sistema de confinamento dos animais, a dieta que está sendo oferecida, a produção em leite, a raça do animal, entre outros que podem influenciar nos níveis de gordura, poderá ser traçado qual será o melhor plano alimentar para aquele rebanho, levando sempre em conta o estágio e as condições gerais que os animais se encontram. Um exemplo dessas particularidades é a maior exigência nutricional (proteína, energia, vitaminas e minerais), que vacas em lactação, de grande produção de leite, recebem uma dieta desbalanceada; seu organismo sofre e ocorre um maior gasto em sua reserva corporal (catabolismo), o que pode fazer com que o leite perca níveis de gordura. Vale ressaltar que ter a assessoria de um profissional especializado é muito importante e trará muitos benefícios, pois assim o produtor receberá orientações para que seu rebanho produza mais e com maior qualidade, finalizou Rene.
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